O PLANO DE NAPLIUM

Por: DEVA MAGNO

QUAL O SEU GENÊRO? UNO? DUO? OU TRUO?

PREFÁCIO

O pós-modernismo, além de incorporar o uso de inovações tecnológicas no nosso dia a dia, trouxe também em seu bojo mudanças de comportamento. Tal como a ciência, as artes também tiveram alterações em seus conceitos e suas formas de expressão. Na literatura a liberdade de expressão surge com novos contornos estéticos e renovadores.

Como representante dessa era pós-moderna, Diones Jaime Pacheco, ou DJP, como prefere ser chamado, nesta sua primeira obra apresenta um texto ficcional eivado de situações realistas. Por ser pessoa simples, sincera e de grande sensibilidade, seu texto, por vezes foge a técnica gramatical, deixando aflorar suas fortes emoções. Essa “honestidade” de ideias torna os personagens também emotivos e dotados de uma profundidade intelectual que dá a narrativa um contexto de realidade e instiga o leitor a acompanha-lo nessa viagem literária.

Abordando um tema considerado polêmico, que é a preferência sexual das pessoas, o autor com sua escrita informal, coloquial, meio verdolenga (como diz o gaúcho) demostra habilidade nas colocações, deixando latente seu desejo de liberdade de escolha nas relações íntimas, mas não tornando a obra um libelo ao homossexualismo, nem tampouco uma apologia a heterossexualidade.

Em Desconstrução de Gêneros - O plano de Naplium, o leitor será transportado para daqui a 100 anos e saberá o que são UNOS, DUOS, TRUOS, VILA DOS TRUOS, HOMENS CIBERNÉTICOS, UNIDADES. Conhecerá NAPLIUM, VIDIKA, MAI RIM, EMYLIM, entre outros personagens que vivem ou sobrevivem em ambiente inóspito, mas tecnologicamente atualizado e cientificamente desenvolvido. Conhecerá também o plano para depuração e seleção dos genes que......Stop!

As situações imaginadas pelo autor vão sendo contadas gradativamente. Saliento este trecho, que faz parte do relato de MAI RIM, filha de NAPLIUM sobre o fim dos gêneros feminino e masculino: “No ano de 2068 em diante pouco se sabe como, mas o termo homem e mulher foi finalmente abolido por todas as nações ainda existentes, talvez a única forma de extinguir um preconceito de classificação ou poder, fosse extinguir tal diferenciação entre o que eram coisas de homens fazer apenas e o que não eram coisas de mulheres se meterem.”

Mesmo sendo uma obra de ficção, é mister que se destaque a preocupação do autor com relação à análise crítica do comportamento do ser humano que sistematicamente vem aumentando o descaso com a preservação da Natureza. Sua visão futurística na finitude dos recursos naturais, mesmo sendo calamitosa é plausível de tornar-se realidade se não forem tomadas urgentes medidas que possam estancar essa agressão.

Por fim, desejo uma boa leitura e conclamo a todos para que digam NÃO A QUALQUER TIPO DE DISCRIMINAÇÃO e ajudem o autor a concretizar o sonho de achar a “VILA DOS TRUOS”.

José Luiz dos Santos

Poeta e escritor