Estudos de Teoria e História da Cultura
Por: Jorge Barcellos
O Camareiro da Rainha: Estudos de Teoria e História da Cultura reúne estudos de mais de 30 anos do autor que viu o momento atual como ideal para publicá-los: para Barcellos, a atualidade da obra está no fato de que hoje vemos um processo galopante de destruição das políticas e bens culturais, como se falar de cultura não exigisse nenhum estudo anterior.
Oferecendo uma visão geral de temas de teoria e história da cultura que ajudam o leitor a compreender a importância do tema e sua implicação com o Brasil, o livro é organizado em três partes principais. A primeira mostra como na análise da cultura se combinam diversos campos interdisciplinares da história cultural, explorando perspectivas que vão de interpretações tradicionais, marxistas e pós-modernas no âmbito das artes e da cultura; a segunda faz um apanhado histórico da produção cultural a partir de uma linha de tempo proposta pelo autor que tem no Renascimento o seu auge e a terceira mostra a evolução da cultura brasileira e o nascimento do mais perfeito veículo de comunicação da cultura nacional, a televisão.
A obra mostra a importância de resgatar os conteúdos sociais no interior da produção cultural, revelando que estes produtos, ao longo da história, estão intimamente relacionados às condições sociais de exploração. Para o autor, o distanciamento entre as abordagens estéticas e históricas da cultura esquece que, através da arte, a subjetividade de uma época é construída e revelada. A proposta de Barcellos de união entre estas duas correntes possibilita uma interpretação qualitativa e nova da cultura sem a qual não poderemos observar, como na obra de Velázquez, "As meninas", a presença da “gente comum”, que faz história e sustenta a sociedade. A cultura e a arte, afirma o autor, correspondem a uma demanda subjetiva de expressão de realidades espirituais em um contexto histórico e o problema é que, sob o capital, tudo se torna intercambiável, nos transformando numa "sociedade apalermada" na qual perdemos qualquer consciência do valor da cultura.
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