Por: Francis Faria

Contos e (Des)Encantos é um livro de contos para se deleitar com a leitura. São doze contos cuidadosamente elaborados com a intenção de levar o leitor a mergulhar em cada história, em cada vivência dos personagens.

A ligação entre os epílogos (trechos de poemas muito significativos) dão o tom dessa obra única e repleta de encantamentos (ou de desencantos), segundo a recepção de cada leitor.

E assim as histórias foram aparecendo em minha mente, ganhando vida, se moldando conforme cada personagem e cada vivência.

Penso que escrever não é bem isso, como muito já foi dito: 1% de inspiração e 99% de transpiração. Há casos em que a inspiração é de 50% e a transpiração chega a 50% também. Meio a meio. Depende da circunstância.

Em meu caso, deixo-me levar pelos sonhos, devaneios, intuições e imagens diáfanas que se apresentam tão claras, tão lúcidas. Um grande paradoxo, não é mesmo? Meramente, aparecem e me deixam estática, incrédula, ávida por registrar cada palavra que vai surgindo, num encadeamento perfeito no ecrã de meu notebook.

Esse é o mistério da escrita: cada um tem seu método, sua fórmula, seu sacrifício. O meu é inspirar e expirar palavras. É ter sempre presente o desejo de criar, de produzir, de ver o texto irrompendo, explícito e solícito, pronto para ser lido e degustado pelos leitores.

Essa magia toda me excita, me deixa plena de poderes. O poder de mexer com a mente dos leitores, o poder de brincar com as palavras, combinando-as e formando vidas, histórias e enredos, muitas vezes malucos e aturdidos. Outras vezes passíveis de serem reais. Ainda, o poder de me realizar como autora, como bruxa da criação literária. Sim, uma bruxa que manuseia as letras, tornando-as mágicas, encantadas, altruístas e capazes até mesmo de salvar vidas.

Escrever, para mim, é isso: é se sentir poderosa, altiva, senhora da vida daqueles seres criados por sua mente e por seu coração. Porque escrever requer esses dois elementos: razão e emoção.

Francis Faria