Por: Jota Nilson

TRÊS CONTOS, PONTO A PONTO é uma obra crua e densa, pois se trata de contos narrados numa linguagem popular e contemporânea, abordando temas atuais e específicos que, vez por outra, nos deparamos em nosso cotidiano.

Em Crisântemos Azuis, Fernando relata sua experiência no exercício do perdão, e nos provoca a refletir sobre a existência da plenitude desse gesto. Tendo que cuidar da ex-esposa convalescente de uma doença terminal, ele nos apresenta o dia a dia do casal, que pela circunstância da doença, se vê obrigado a guardar em um canto neutro da memória todas as suas mágoas e ressentimentos.

A narrativa busca, valendo-se de flashbacks, mostrar o passado deste casal e, dessa forma nos leva a razões de um ou de outro, a fim de que possamos saber o quanto somos capazes de perdoar verdadeiramente.

Em Santinha e o Cigano, somos apresentados a um casal de jovens que pertencem a classes sociais diferentes. Ela, uma adolescente criada apenas pela mãe, de repente se vê encantada por um homem mais velho, mais experiente, que faz parte de um grupo de ciganos acampados no caminho entre a escola e a casa da menina. É aí que entra outro sentimento que conhecemos bem: o amor. Ela se apaixona por aquela figura de contos de fada, mas sabe que pode se tratar de uma união impossível. E sua atitude, diante disso, é surpreendente.

Olhos Da Madrugada se revela através de um relato pungente, onde Castelhano, o capataz da estância, passa uma madrugada inteira nos contando sobre um amor proibido entre dois adolescentes, sendo um deles, Yakekan, que é um indígena e o outro, Nico que é o filho de um estancieiro. Raiva, ciúmes, mortes, ameaças, guerra e sangue são combustíveis dessa trama, que envolve homofobia e intolerância da parte dos conservadores. E como os dois jovens agem diante disso tudo? Fique sabendo nas páginas desse livro.