Por: José Adelmo dos Santos

Este livro traz uma análise das práticas pedagógicas de duas escolas de educação do campo, do município de Iguaraci-PE, em que se buscou conhecer os resultados, os desafios e a perspectiva da integração dessas práticas com as tecnologias sociais de convivência com o semiárido. Para tanto, se realizou uma pesquisa de campo, que investigou através de entrevistas semiestruturadas com professores (as), coordenadora pedagógica e estudante sobre as práticas pedagógicas da EJA campo, a proposta curricular, a metodologia de ensino, a formação de professores e o uso das tecnologias sociais de convivência com o semiárido na educação do campo. A referida pesquisa, em que trata o livro, foi realizada enquanto Trabalho de Conclusão de Curso como critério para obtenção do título de especialista em Educação do Campo, cursado no Instituto Federal de Pernambuco - Campus de Afogados da Ingazeira - PE. O estudo de caso buscou compreender as diretrizes e os procedimentos da Política Estadual de Educação do Campo de Pernambuco; discorrer sobre pesquisa com a experiência de escolas de educação do campo, no estado do Paraná; descrever sobre a concepção política e filosófica de práticas pedagógicas defendidas pelo Movimento dos Sem Terra; expressar as características do Semiárido nordestino e o conceito de convivência com o semiárido; relatar sobre as tecnologias sociais de convivência com o semiárido apresentando sua utilidade de forma descrita e ilustrada com imagens. A conclusão da pesquisa evidenciou que nas práticas pedagógicas, os professores realizaram atividades sobre as tecnologias sociais de convivência com o semiárido, que resultou na implantação dos projetos de hortas orgânicas, reuso de água na irrigação de plantas e uma unidade de manejo sustentável da caatinga, onde um estudante implantou uma horta orgânica e continuou produzindo e comercializando hortaliças até os dias atuais. Foram constatados desafios a serem superados na educação do campo: a adoção de um currículo escolar que dialogue com a realidade dos sujeitos, a formação continuada de professores (as), práticas pedagógicas que contemplem a convivência com o semiárido e o uso das tecnologias sociais durante todo o curso, priorizando a articulação institucional com as organizações não governamentais que possuem expertise nessa área do conhecimento.