Por: Douglas Alfini Jr.
Mais do que simplesmente os percalços do protagonista, poder-se-ia dizer que este romance narra a história de uma contradição — esta entre luz e trevas, entre sabedoria e ignorância, entre o sonho e a vigília, que jaz no fundo do itinerário espiritual de todos aqueles que, um dia, descobriram-se desejando da vida algo mais do que apenas os seus mais grotescos e rasteiros aspectos.
Ambientada em um ABC paulista economicamente revigorado pelas megacorporações modernas e, por outro lado — ou por consequência? —, dominado pela cegueira moral, pela inconsciência e por um profundo ódio ao conhecimento, a narrativa destas páginas desenrola-se em um cenário nada ficcional para qualquer brasileiro, e o nosso protagonista perde um pouco de sua carne e ossos para mais tornar-se um símbolo do tipo mental que tanto insiste em reinar por estas bandas.
Que os vislumbres de eternidade ora entrevistos por Valentim possam reluzir também para cada leitor, e oxalá despertem na alma de sempre mais brasileiros os mesmos efeitos que provocaram na vida do jovem metalúrgico andreense.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
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