A Sombra da Vida

Por: Alberto Ortenblad

Talvez este seja um de meus livros mais variado, pois ele percorre uma dezena de temas diferentes, embora orbitando à volta da Amazônia. Começo abordando dois assuntos complicados: a nossa floresta amazônica e a ocupação agrícola do solo brasileiro, junto com breves comentários sobre sustentabilidade e aquecimento global.

Descrevo dois malogrados projetos para reformar a floresta amazônica, fruto da visão arrogante de grandes empresários estrangeiros. E, depois, sobre o absurdo da destruição da nossa grande floresta, um investimento insano em empobrecimento, que entretanto continuamos a perseguir com a obstinação da maldade. Comento a seguir sobre a ideia muito difundida da incompletude amazônica. E sobre a elegante teoria dos refúgios ecológicos, em parte desenvolvida por um zoólogo e músico brasileiro.

Falo dos felinos que vivem e daqueles que são mortos por nossa estúpida ganância. Se você sobreviver a esses capítulos, então sua leitura pode quem sabe se tornar mais fácil. Muitas vezes avistei felinos na natureza, esplêndidos momentos que agora relato. Finalmente, conto sobre a Onça Borges, em mais uma narrativa de nosso folclore.

Volto a assuntos que já apareceram antes, como as nossas guerras, neste caso, pela Independência. Entre as mais notáveis expedições feitas pelo homem estão as conquistas dos Polos Sul e Norte, agora relatadas em algum detalhe. Descrevo como sempre o nosso relevo, assentado no granito, no arenito e no calcário.

Não é só a floresta e seus habitantes que estão em risco. Há outras criações associadas à vida – as frutas e as línguas nativas, também ameaçadas de desaparecimento. Quem sabe isto tenha me levado a pensar em Nimuendajú, o etnógrafo alemão que melhor conheceu nossos povos indígenas – conto aqui sua obra e sua história emocionantes.

Comento sobre a arrogância do Judiciário, autor de uma infeliz cartilha antirracista, que me parece típica do imperialismo estatal. E, para não abandonar os monstros aos quais você já se acostumou, termino com nada menos do que uma dúzia deles, bem conhecidos do nosso folclore.