Por: HEYSON MELLO

Para usar as belas palavras de um grande autor o qual tomo na mais alta estima, este é um livro para todos e para ninguém. Seus leitores se veem diante de forças e intensidades pouco comuns de fluxos de pensamentos, se verão diante de sensações tão variadas e transfiguradas entre si que talvez possam se sentir num labirinto. Aos neofascistas e niilistas, ouso dizer, nada ferirá mais fundo essas crenças e certezas como as perspectivas e mundos trazidos entre essas páginas. Uma psicagogia tal que poderia ter resultados, talvez, sanadores a quem dificilmente consegue respeitar pensamentos opositores, ou a quem tenda a falar por outros. Assim cabe o aviso a quem inicia seu caminho no despertar da consciência intelectual ou, por outro lado, que já passaram demais de um tempo adequado, que o livro certamente deve ser considerado altamente contra indicado e, se ainda houver vontade de prosseguir, as esperanças abandonadas antes de folheá-lo. Especialmente a niilistas de coração fraco e disposição frágil, seria aconselhável jamais o tomarem na mão ou terão pensamentos devidamente revirados ao avesso. Caso haja o interesse em vislumbrar os mundos que se espraiam por essas páginas, que as ouçam de outros. Mesmo ao filósofo acostumado com o desconcertante, este será ainda um território demasiado hostil e espinhoso. Uma resposta a desafios quase desumanos como os apresentados? Ou ainda, aos mais hegelianos, alguma tentativa digna de síntese ante a tão terrível antítese? No mínimo, em três ou quatro séculos. Mas, acima de qualquer outra coisa, no pior dos cenários o objetivo último dessa literatura é que haja ao menos algum registro ao por vir, constando cristalino como a humanidade ao mesmo tempo que pode ser desanimadora, também pôde se permitir forças contrárias, que ousam um conhecer diferente dos circuitos de reconhecimento. Adentrando caminhos outros não em direção a alguma descoberta, a ser alguma espécie de descobridor, mas à transformação, como sempre há.