Por: Enoque OCardozo

“Um corpo apareceu de repente e de forma absoluta numa praia... Morta ELA existia aparentemente normal se não fosse pelo fato de que ELA era uma SEREIA”.

Impregnada de uma atitude de espanto silencioso e contido diante de fatos extraordinários, ROSA MÍSTICA DA AGUDA DEVOÇÃO é basicamente a aceitação de um fato consumado pela existência de si próprio, como uma prova irrefutável que dispensa explicações ao produzir a necessária impressão de realidade essencial para o efeito pretendido.

Esse fenômeno pela insaciável curiosidade que é deixada de lado pelos personagens é a engrenagem que nós envolve como leitores pela concepção geral representada pela humanidade e sua mito-poética em um evento fermentado de singularidades indescritíveis frequentemente extensa que orbitam além dos limites da realidade construída no mundo real.

O terror aqui é onipresente, GRANDE e virtuoso em sua técnica e bom gosto na escolha dos elementos apresentados uma vez destacados pelo primor exacerbado ao usar o gótico estrutural pela interlocução e ambientação que exigem significados, deliberação e arquitetura, equilibrando os fatores de mistério e de suspense a uma variante do narrador protagonista que observa e relata.

No fim... Falo alternadamente como a tendência na literatura do próprio autor se repete com variantes e regras próprias que apontam caminhos pela subjetividade emocional como um capítulo inicial que surpreende pelo valor estético que ressuscita clássicos ao mesmo que seduz e inspira novos leitores.

Leório Campos de Briho. 2022