Por: Marlon Guedes Menezes

Treze anos atrás o pofessor Armando Seixas matou a esposa e o amante dela, e em seguida, num acesso incompreensível de bestialidade, drenou todo o sangue das vítimas e esfolou os corpos. À época, o crime chocou a pequena cidade de Daisy. Ninguém conseguira entender bem como um homem bom, pacato e equilibrado como o Professor Seixas cometera uma monstruosidade tão medonha.

Treze anos depois, após uma longa temporada na prisão, Seixas está de volta à cidade, e espera jogar um pouco de luz — ou mais trevas — sobre o que de fato acontecera naquela noite. Segredos sinistros, há muito enterrados, virão à tona sob os protestos — e ameaças — dos poderosos do lugar. Daisy, assim como o professor, tem os seus próprios demônios.

Não muito distantes das suas casas um grupo de crianças ruidosas joga bola no campinho do bairro. Elas ainda não se deram conta, mas um mal inominável espreita ao redor. Ele vem da antiga usina de beneficiamento de asfalto de Daisy e possui asas tão escuras quanto o próprio piche enterrado na vegetação.