Por: Priscila Menezes

No pálido crepúsculo entre o que foi e o que poderia ter sido, mergulhamos na história de "Se Um Dia Lembrar de Mim". Esta é uma narrativa que transcende o tempo, uma jornada através das profundezas da alma humana, onde os sentimentos mais profundos e obscuros se entrelaçam com a esperança e a redenção.

Neste mundo de sombras e luz, conhecemos Ane, uma menina cuja vida é uma tapeçaria tecida por momentos fugazes de alegria e uma dor inimaginável. A brincadeira despreocupada nas ruas dá lugar ao vazio dilacerante quando ela cruza o limiar de sua casa e descobre o desaparecimento de sua mãe, uma ausência que ecoa como um eco lancinante em seu coração.

A jornada de Ane a leva a um orfanato, um reduto de incertezas e tristezas que moldarão o seu destino de maneiras inesperadas. No âmago da escuridão, ela enfrenta os ventos cortantes da injustiça e da amargura, transformando gradualmente sua inocência em uma determinação feroz de desafiar o mundo que a traiu.

Ane se torna uma arquiteta da distopia, uma força da natureza que esculpe uma nova realidade a partir da dor que lhe infligiram. Suas mãos, guiadas por sua resiliência e desespero, dão vida a um mundo onde as cores são desbotadas e a esperança é um bem escasso.

No entanto, no coração dessa narrativa sombria, brilha a centelha de um reencontro. Caio, um fio de conexão com o passado, surge como um farol em meio à tormenta emocional de Ane. Ele desencadeia uma jornada de autorreflexão, desafiando suas convicções e reavivando a chama do amor e da empatia que ela julgava ter perdido para sempre.

À medida que nos aprofundamos nas páginas de "Se Um Dia Lembrar de Mim", somos levados a questionar as fronteiras entre vingança e redenção, ódio e perdão, desespero e esperança. Esta é uma história que nos lembra da complexidade da experiência humana, da capacidade de transformação que todos possuímos e da eterna luta entre as trevas e a luz que coexistem dentro de nós.

Assim, convido você, caro leitor, a embarcar nesta jornada tocante e profundamente emotiva, onde os limites da imaginação se encontram com as profundezas do coração humano.