Por: Fabio Siodoni Graciano

Há muito tempo, antes do homem caminhar sobre a terra, antes mesmo da terra ser moldada em sua forma, havia um bailarino. Este não era um bailarino comum, mas um dançarino de luzes, um dançarino das estrelas. Seu nome era Lúcifer. Ele bailava através do vazio, seu corpo celestial iluminado pela luz de um milhão de estrelas. Cada movimento era uma sinfonia de luz, cada passo uma faísca de criação. Lúcifer era o mais belo entre os celestiais, adorado e invejado por sua magnificência. Ele dançava não apenas para entreter, mas para dar forma e estrutura ao cosmos. Com suas mãos, ele moldou a matéria em estrelas, com seus pés, ele traçou o caminho das galáxias. Mas, com o tempo, algo mudou.

A essência de Lúcifer começou a se corromper. Sua beleza deu lugar à vaidade e ao orgulho. Ele começou a desejar o poder absoluto, querendo ser o criador supremo. Sua dança passou a ser uma expressão de arrogância e rebelião. Os outros celestiais, chocados com essa transformação, se opuseram a Lúcifer. Uma batalha cósmica teve início, com a luz contra as trevas. Lúcifer e seus seguidores foram banidos para um plano inferior, conhecido como o Inferno. Assim, Lúcifer se tornou o diabo, o oposto da criação e da luz. Sua dança se transformou em tormento, onde ele eternamente se debate contra a sua própria queda. E assim, a história de Lúcifer, o dançarino das estrelas, se tornou uma triste lenda de queda e redenção...