AUTOBIOGRAFIA

Por: EVAN DO CARMO

Ao decidir compartilhar as páginas da minha vida, escolhi iniciar esta narrativa ancorando-me nas histórias de meus pais. Não foi uma escolha aleatória, mas sim um ato de reconhecimento, uma homenagem àqueles cujas vidas se entrelaçaram para dar origem à minha existência. Cada capítulo desta jornada tem um propósito, e a escolha de começar com a história deles foi, para mim, um tributo ao legado que me foi transmitido.

Minha vida é uma tapeçaria entrelaçada por eventos diversos, alguns repletos de aventuras românticas da juventude, mas também marcada por momentos de crescimento moral e espiritual. Optei por compartilhar aqueles episódios que possuem um significado mais profundo, eventos que moldaram não apenas quem eu era, mas quem me tornei.

As lições aprendidas nas complexidades do amor juvenil, as tramas de relacionamentos e desafios familiares, tudo isso desempenhou um papel fundamental na minha jornada. Através das vitórias e conquistas, testemunhei não apenas meu crescimento pessoal, mas também meu desenvolvimento como pai, um exemplo respeitado para filhos e netos.

Minha trajetória profissional foi marcada por realizações notáveis, uma expressão tangível do meu empenho e dedicação. Ao longo dos anos, não apenas escrevi livros, criei músicas e contribuí para minha área de atuação, mas também plantei árvores simbólicas, cada uma delas representando um pedaço da minha jornada.

No coração desta narrativa está uma história de amor que resistiu ao teste do tempo. Há 33 anos, encontrei uma mulher notável, uma companheira de vida cujo papel destaca-se entre todos os outros. Juntos, enfrentamos desafios, celebramos triunfos e construímos uma história duradoura e vibrante.

Ao abrir estas páginas da minha vida, ofereço não apenas um relato de eventos, mas uma reflexão sobre as escolhas, as alegrias e as dores que esculpiram a trama da minha existência. Cada palavra compartilhada é um convite para explorar, compreender e, talvez, encontrar conexões nas experiências humanas que são universais e, ao mesmo tempo, singularmente minhas.

Eis o Homem: Entre Gigantes Literários

No vasto universo da literatura autobiográfica, alguns nomes ecoam como testemunhas singulares de suas próprias vidas. Nietzsche, Neruda e outros ergueram as penas não apenas para relatar, mas para imortalizar suas jornadas pessoais. Entre esses luminares, emerge um narrador contemporâneo, um artista que, aos 59 anos, tece as palavras de sua própria saga.

Nietzsche, com sua filosofia incisiva, debruçou-se sobre a existência e desafiou convenções. Neruda, poeta apaixonado, mergulhou em sua alma e na artéria pulsante do mundo. Agora, eu, no crepúsculo da meia-idade, trago à luz "Eis o Homem". Uma obra que não apenas revela, mas celebra a viagem desde a infância até os papéis de pai, marido e avô.

Minha verdade ressoa em cada página, uma gama de experiências entrelaçadas. Ao compartilhar minhas verdades, rompi com a reserva, desafiando a expectativa de uma narrativa convencional. Afinal, quem além de mim pode revelar as nuances de minha própria história?

Na trama que escrevo, as palavras não são apenas um relato, mas um altar onde a vida é venerada. Sou, ao mesmo tempo, o escultor e a escultura, esculpindo a matéria-prima de uma existência cheia de complexidades. Como um pintor que mescla cores, minhas palavras pintam um retrato único, onde os tons escuros da adversidade contrastam com os vibrantes raios de triunfo.

"Eis o Homem" é um convite à intimidade, uma jornada que vai além da cronologia e atinge o cerne de ser. À medida que as páginas se desdobram, percebemos que o autor não é apenas um contador de histórias, mas um alquimista transmutando a vivência em sabedoria.

Portanto, ergo-me entre os gigantes literários que moldaram suas vidas em palavras. Faço isso ao narrar minhas décadas; não sou apenas um autor, mas um artista revelando sua própria obra-prima autobiográfica. "Eis o Homem" é mais do que um livro; é uma peça única no concerto universal da vida.