Por: Lino Porto
Inspirado em O Guardador de Rebanhos, de Fernando Pessoa (Alberto Caieiro), este décimo oitavo livro do autor traz a decomposição lenta e gradual das vidas urbana e rural rumo a uma modernidade cada vez mais fria e indiferente, sem mais casas ou sítios, sem mais famílias numerosas, somente prédios e vizinhos desconhecidos. O poeta apresenta um conjunto poético no qual cada canto esmiúça e encadeia o tema dessa inexorável decomposição trazida pela vida moderna, cimentada, vertical, impessoal. Enquanto o heterônimo pessoano tenta escapar através de uma "antimetafísica" poética, Lino Porto enxerga essa fuga como já inócua, visto que a sociedade moderna não permite mais nem tempo nem espaço para tal tipo de poesia, suave e doce. Agora resta somente a dureza da existência em versos diretos e secos.
Livros com menos de 70 páginas são grampeados; livros com 70 ou mais páginas tem lombada quadrada; livros com 80 ou mais páginas tem texto na lombada.
Deixe seu comentário: