A Tragédia: O Ditirambo e o Teatro da Grécia Clássica

Por: Samyr Manoel de Vasconcellos

Nietzsche foi o filósofo mais discutido, questionado, polêmico e mais extemporâneo desde os meados do séc. XIX. Sua crítica contundente à moral estabelecida, às tradições judaico-cristãs, às degenerações das artes, enfim de toda a decadência do ocidente, acirrou o ânimo de seus antagonistas. Mas Nietsche não foi apenas um crítico da modernidade, ou seja, da sua contemporaneidade, mas também da antiguidade, da Grécia pré e pós-socrática. Como pano de fundo de suas concepções sobre os valores humanos e sociais encontramos a tragédia grega. Seu estudo do trágico vai desde o período do ditirambo até a nova comédia Ática, através da relação Apolo-Dionísio, da embriaguez e da forma, do coro de sátiros aos protagonistas, até o teatro de ópera dos nossos dias, que segundo Nietzsche, representava o trágico decadente exceto por Tristão e Isolda (de Wagner). Sua visão do trágico dionisíaco como uma forma de liberação do homem das imposições sobre o instinto, sobre a sua natureza, chega ao seu clímax em sua mais sublime criação, Zaratustra, que exorta a superação do homem pelo super-homem que existe dentro de nós.

Samyr M. de Vasconcellos, nascido no Rio de Janeiro, em 1954. É arquiteto e urbanista, padre, especialista em gestão ambiental, docência do ensino superior e em filosofia moderna e contemporânea. Apresentação de trabalho selecionado para o VII Seminário dos Alunos de Pós-graduação em Filosofia da UERJ. 10 a 14 de dezembro de 2007. Título do Trabalho: “Contribuição ao estudo da estética de Nietzsche. Tragédia: o ditirambo e o teatro da Grécia Clássica”. Vigário da Catedral de Sant’ Ana e Nsa. Sra. Menina, Sé Primacial da Igreja Católica Apostólica Brasileira – ICAB, no Rio de Janeiro. Autor de diversos livros, Filosofia Védica, Educação e Poesia.