Por: Ricardo Coutinho

Agesilau Pan, um adolescente de ascendência grega, é eleito “o líder da turma”, fascinado pelo poder, aceita a liderança oferecida, mas não escolhida. O amadurecimento torna-o progressivamente mais independente e menos suscetível à pressão da camaradagem. Maria Mãe e Agesilau Pan Pai impõem sentenças punitivas, na esperança de corrigir o percurso de Agesilau, todavia, é o Avô, Constantinos Pan, o impulsionador da mudança. Um antigo Professor de Agesilau atormentado pela fatalidade do seu destino, aterrorizado pelos remorsos da negligência, assume-se como seu biógrafo. Os remorsos, que o lançam no delírio da culpa, motivam a invenção de um destino dourado para Agesilau; crónicas de verdade e fantasia que falam da ingenuidade do primeiro beijo nos lábios de Francisca, da chama do amor de Inês, das amizades de Afonso II, de António e de Helena e dos ídolos da universidade.

“O lugar do aluno na turma” retrata flagelos da educação, como: – o excesso de influência da estatística nas tomadas de decisão; a formação de turmas baseada no acaso; os julgamentos apoiados no senso comum; a ocultação do aluno, da pessoa, do indivíduo, por detrás do “animal mitológico” turma – e atreve-se no conselho de soluções: diferenciação do ensino; criação de currículos “à medida” do aluno, feitos pelo aluno; em que os educadores, acompanhantes do processo ensino-aprendizagem, delegam o papel principal do ensino nos artistas da aprendizagem, os alunos. Este romance de ideias, escrito para educadores, arroga-se como uma oportunidade de debate e reflexão, acerca da arte de educar/ensinar.